o primeiro ofício do psiquiatra é ouvir. ouvir a pessoa que está diante, que lhe confia a sua história, os seus êxitos e fracassos, as suas ambições e medos, as suas angústias e frustrações, a sua tristeza real ou imaginária, a sua luta com o desconhecido, com o que está para além do traduzível e do partilhável. por vezes, a alegria extrema ou a intranquilidade agitada de um vulcão.

o segundo ofício é partilhar e transformar os vários avatares do real: o real comum, o real imaginário, o real simbólico e o real absoluto.

o terceiro é servir de espelho transformador, dinâmico e criativo, que transforme em si mesma a pessoa que está diante.

finalmente, o psiquiatra é o mestre que conduz o discípulo ao conhecimento de si próprio.

se não faz isto, outra coisa pode fazer, psiquiatria não é.