josé cunha-oliveira 
a nova ortografia da Língua Portuguesa
a nova ortografia da Língua Portuguesa

 

 

Somos Pela Implementação Urgente da Reforma Ortográfica em Portugal

 


sou português, cidadão da Língua. sigo o Acordo Ortográfico.


as duas únicas boas razões para se ser contra a nova ortografia da Língua Portuguesa são a ignorância e a preguiça. todas as outras são piores.

  

hoje até concordo com aqueles que andam para aí a dizer que o grande Fernando Pessoa nunca concordaria com a nova ortografia. e têm toda a razão. o Fernando Pessoa não concordaria. era um aristocrata, levemente monarchico. vejam lá que nem sequer concordou com a ortografia de 1911, que eles tanto defendem. é que ele defendia a ortographia archaica. ponto final. paragrapho.

 

esqueça-se o chauvinismo, a xenofobia e o colonialismo recesso e arrogante, e a importância da nova ortografia impõe-se por si mesma. na verdade, a força do "contrismo" não está na sua argumentação patética e pseudolinguística, mas na habilidade com que explora o lado mais negro da alma portuguesa.


vi há dias um desses textos muito criativos dos "contristas". dizia ele que nós, os adeptos e seguidores da nova ortografia, usamos um Português amputado. usamos, sim senhor, amputado dos pontos negros, verrugas, cravos e tumores ortográficos que o desfeavam e complicavam a leitura da escrita. ainda bem que os amputámos.


 

parabéns!
 
José Cunha-Oliveira, 03-01-2012
 

eu já compreendi que em questão de Acordo ortográfico, o problema não é a nova ortografia, mas sim o facto de ser um acordo entre dois países que partilham a mesma Língua. e como nós já nascemos "donos" dela, esquecendo que antes de nós estão os galegos, e connosco a partilham outros, então qualquer acordo, fosse com quem fosse, seria uma subserviência, uma queda de um pedestal imaginário. o assunto está resolvido e, felizmente, resolvido da única maneira possível: como sempre, em qualquer área normativa, através das Academias com competência para o ter feito. teria sido trágico para a Língua Portuguesa, como instrumento de comunicação e trabalho internacional, que se tivesse cedido às diatribes de quem nem sequer fez um esforço para ler o Acordo e para o compreender e conhecer. os exemplos de críticas sem fundamento e fora de propósito são mais do que a regra. a repetição de inverdades e invenções ridículas enjoa. o cheiro a aversão a tudo o que é brasileiro perpassa por todas as discussões sobre o assunto. sim, porque nós, que em tudo o mais nos consideramos inferiores aos outros, e até falamos Inglês para parecermos melhor, em matéria de Língua Portuguesa é que sabemos, nós é que falamos bem, nós é que escrevemos bem, nós é que. e se tivéssemos ficado de fora, com o nosso chauvinismo, o nosso isolacionismo e o nosso incompreensível antibrasileirismo, não seríamos, daqui a meia dúzia de anos, mais do que uns pategos dialetais a quem ninguém daria mais importância que a que se dá a um holandês ou dinamarquês ou maltês ou checo quando se exprime na sua respeitável Língua. ninguém, nem sequer aqueles falantes que, por agora, ainda se dão ao trabalho de nos seguir. porque a atração pelo gigante brasileiro é uma atração inevitável. hoje, conseguimos um acordo. amanhã, os brasileiros te-lo-iam dispensado. eles e os que hoje ainda nos seguem. passavam muito melhor sem nós do que nós sem eles. salvámos, pois, a Língua portuguesa de Portugal de desaparecer do mapa da importância internacional. estamos de parabéns.


 

Língua: um património comum inestimável

José Cunha-Oliveira, 25-07-2011

a nossa Língua não pretende ser esperanto, nem tem que ser esperanto. mas pode ser estimada por todos os falantes como um património comum inestimável. e pode ter a esperança de, na diversidade normal de falas de uma Língua, de todas as falas e dentro de cada País, ter uma norma ortográfica única. e não devemos esquecer que, por muito que apregoemos as nossas diferenças, o diassistema linguístico galego-português-brasileir​o-africano, a que chamamos Língua Portuguesa, é dos mais uniformes do mundo.

ninguém quer "criar uma língua comum". isso é uma falsa questão, uma não-coisa. a nova ortografia é apenas uma nova maneira, mais simples e atualizada, de escrever. é a mesma questão de 1911, em relação à ortographia monarchica. custa-me ver insistir num erro desses. porque, então, nesse caso, nenhum país deveria ter norma ortográfica, nem sequer o nosso tão querido Portugal, sendo certas as diferenças de pronúncia e de léxico que há cá dentro. 

unificar a ortografia é uma coisa e outra coisa é unificar os múltiplos linguajares de país para país e dentro de cada país. e os "c" e "p" não têm função de abrir coisa nenhuma, são apenas fósseis de pronúncias antigas. que a função desses "c" e desses "p" não é abrir nada, diz-nos o próprio facto de serem duas letras e não apenas uma. porque, havendo o “c” e o  “p” com essa mesma função, para que distinguir, então, o "c" do "p"? essa é uma das coisas que por aí se diz e que não tem qualquer fundamento.

quanto aos brasileiros e aos galegos, eu já entendi há muito de onde vem a questão. eu sou minhoto. tenho a especial felicidade de compreender a continuidade linguística com a Galiza e de compreender por que é que os brasileiros usam palavras e expressões tão minhotas e tão galegas. mas isso não vem ao caso da ortografia, que só nos diz como se escrevem as palavras que dizemos.. 
o Acordo não foi apressado nem injustificado. levou anos a preparar e pelas pessoas com legitimidade para o fazer: as Academias linguísticas.

doi-me a falta de ambição e de grandeza e orgulho patriótico de muitos portugueses. para o Brasil, pela sua juventude e pujança económica é-lhe razoavelmente indiferente que 6 ou 7 milhões de utilizadores da escrita usem ou não a mesma ortografia que a sua. passa rapidamente, como já está a acontecer, a dominar os restantes países da CPLP e a questão linguística da Galiza . nós é que ficamos a perder, se ficarmos para trás. é evidente que nós ganhamos um mercado editorial pelo menos 20 vezes superior ao ganho do Brasil. e é evidente que somos uns ciumentos de um filho mais jovem e mais forte do que nós. é o chamado complexo de Laios, o pai do Édipo. e, finalmente, é evidente que ninguém muda de maneira de falar, como não mudamos de jeito de falar em 1911.

referendar a nova ortografia? ó xente, quem é que fez um referendo sobre a norma que nos ensinaram na Escola? e o que percebem de ortografia os candidatos a votantes em semelhante disparate?


 

ainda a nova ortografia

José Cunha-Oliveira, 16-06-2011

 

a nova ortografia não é fruto de servilismo algum, mas sim o mínimo que se pode fazer pela Língua Portuguesa no Mundo. caso contrário, ficaremos aqui uns bacocos provincianos aferrados a uma variante ortográfica estapafúrdia a que ninguém liga. aquilo a que chamam ortografia "abrasileirada" é a mera adaptação da escrita de Portugal à fala de Portugal. nada mais que isso. tudo o mais é muita imaginação e algum chauvinismo.

 


 

a nova ortografia

José Cunha-Oliveira, 17-03-2008

parece-me a mim que haver um acordo ortográfico será boa coisa, pois que defende uma política da Língua a nível mundial. parece-me a mim que abolir as consoantes surdas, como os "c" e os "p" será boa coisa, pois que faz com que a escrita traduza mais fielmente a fala. parece-me tão claramente bem, que pasmo ante a palermice pseudo-intelectual de quem acha que um Acordo Ortográfico é matéria anti-constitucional ou de lesa-soberania.
parece-me tão claramente bem, que fico estantío ante as delongas, fraquezas e burocracias que atrasaram vinte anos a vigência da nova ortografia decorrente da nossa assinatura do Acordo.
e não sei que pense de quem, tudo tendo feito para o atrasar e dificultar, venha agora trazer a terreiro o argumento de que o Acordo vem tarde e a desoras.
é que eu gostava de viver num país inteligente. gostava de viver num país que não fosse tão mesquinho, tão tribal e tão histericamente dialetal.
é que eu sempre pensei que a Nossa Língua não se fala, não se escreve nem se edita apenas em Lisboa. perdão: apenas na Lisboa pseudo-intelectual de certas faculdades de Letras, isto é, de certas editoras.
portugueses, brasileiros, galegos, africanos, timorenses, estrangeiros lusófilos, nós todos, precisamos de uma Língua forte, universal, diversa, rica, mas de fileiras cerradas naquilo que nos une.
não serão uns vendilhões de livros, doutorecos de merda, que nos irão barrar o caminho da unidade. a língua é nossa, não é deles.
prá frente com a nova ortografia!
como diz o Povo, "vale mais tarde do que nunca".

 

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(des)acordo ortográfico?

José Cunha-Oliveira, 17-05-2012

é provavelmente um enorme pretensiosismo falar de (des)acordo ortográfico. pressupõe que não se concorda com algo a que não se é chamado a concordar, nem se tem mandato nem qualificação para o fazer. pior, pressupõe que quem tem obrigação profissional de o por em prática pode dar-se ao luxo de não o por em prática. pressupõe que a norma que defendem pode também ser posta em causa, já que ninguém ouviu nem tinha que ouvir a turbamulta intelectual ou intelectualoide da época em que ela foi estabelecida (1911), nem nenhuma das normas anteriores a essa norma pretensamente sagrada e imutável descoberta há 100 anos e já modificada por diversas vezes. tão sagrada e indiscutível que teve contra ela Fernando Pessoa, que adorava os Y e os Ph, mas não ganhou nada com isso, apesar da sua genialidade. pressupõe que, se se pode não concordar com uma norma, todos podem não concordar com a norma ensinada nas escolas. e, por conseguinte, que deixam de existir os erros ortográficos e essas coisas ensinadas pelos professores de Português. que, por conseguinte, deixam de ser necessários. 
em parte alguma do mundo a norma ortográfica é estabelecida pelo acordo da turbamulta, seja ela intelectual ou intelectualoide. é algo que é feito regularmente pelas academias de países que partilham a mesma língua, quando pretendem defendê-la da fragmentação das ortografias. é o caso do alemão e do castelhano, entre outras.
mas infelizmente não é nada disso que está em causa na questão do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1990. o que está em causa é um sentimento rasteiramente xenófobo, antibrasileiro, chauvinista e de uma pequenez de horizontes que confrange. os argumentos sempre utilizados e sistematicamente distorcidos e errados vão ter sempre ao mesmo lado: o antibrasileirismo revoltante.
felizmente, os factos passaram-lhes à frente. o Acordo Ortográfico faz o seu caminho. todos os dias há notícia de nova gente e novos mídia que o aplicam. eles, os pretensiosos que se acham no direito de discordar de algo que não é da conta deles, estão a ficar para trás. xauuuu...